História da Cirurgia de Retalhos: Uma Jornada Milenar (2023)

A origem da palavra "retalho" remonta ao século XVI, derivada do termo holandês "flappe," significando algo largo e solto, preso apenas de um lado. A história da cirurgia de retalhos remonta a 600 a.C., quando Sushruta Samita descreveu a reconstrução nasal usando um retalho da bochecha. Os primórdios da rinoplastia na testa podem ser rastreados por volta de 1440 d.C. na Índia. Alguns relatos indicam que cirurgias de retalhos eram realizadas antes do nascimento de Cristo.

Evolução da Cirurgia de Retalhos

Os procedimentos cirúrgicos nos primeiros anos envolviam retalhos pivotantes, transportando pele para uma área adjacente enquanto girava sobre seu pedículo (suprimento sanguíneo). Os franceses foram os primeiros a descrever retalhos de avanço, transferindo pele de uma área adjacente sem rotação. Retalhos de pedículo distante, transferindo tecido para um local remoto, também foram relatados na literatura italiana durante o Renascimento.

Fases subsequentes da evolução da cirurgia de retalhos ocorreram durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, com o uso extensivo de retalhos pediculados. Na década de 1950 e 1960, os cirurgiões relataram o uso de retalhos de padrão axial (retalhos com suprimento sanguíneo nomeado). Na década de 1970, uma distinção foi feita entre retalhos axiais e aleatórios (suprimento sanguíneo não nomeado) e retalhos musculares e musculocutâneos (músculo e pele).

Avanços Marcantes

Nos anos 1980, o número de tipos de tecidos usados aumentou significativamente com o desenvolvimento de retalhos fasciocutâneos (fáscia e pele), retalhos ósseos e retalhos ósseocutâneos. Um avanço adicional ocorreu na década de 1990, com a introdução dos retalhos perfurantes, supridos por pequenos vasos anteriormente considerados muito pequenos para sustentar um retalho. Um exemplo é o retalho perfurante da artéria epigástrica inferior profunda (DIEP), agora padrão na reconstrução mamária.

Classificação de Retalhos

Apesar da complexidade das classificações de retalhos, podemos simplificá-las em três categorias: tipo de suprimento sanguíneo, tipo de tecido a ser transferido e local do local doador.

Suprimento Sanguíneo

Os retalhos podem manter seu suprimento sanguíneo de duas maneiras principais: aleatório, proveniente de muitos pequenos vasos não reconhecidos; ou axial, proveniente de uma artéria ou grupo de artérias reconhecidas. A sub-classificação axial (tipos I-V) é frequentemente utilizada na literatura de cirurgia plástica e reconstrutiva.

Tecido a ser Transferido

Os retalhos podem ser compostos por praticamente qualquer componente do corpo humano, desde que um suprimento sanguíneo adequado seja garantido após a transferência. Podem ser de um tipo de tecido ou vários, incluindo pele, fáscia, músculo, osso e vísceras. Classificar os retalhos pela variedade de tecidos utilizados é outra abordagem valiosa.

Local do Doador

Os tecidos podem ser transferidos de uma área adjacente ao defeito (retalho local) ou de uma parte não contígua do corpo (retalho distante). Estes podem ser pediculados (ainda ligados ao suprimento sanguíneo original) ou livres, sendo anastomosados no local receptor.

Princípios Fundamentais da Cirurgia de Retalhos

Considerando os riscos envolvidos, como a perda completa do retalho, é crucial seguir alguns princípios básicos antes de qualquer cirurgia de retalho. A comunicação eficaz com o paciente, usando terminologia compreensível, é fundamental. A otimização dos resultados e a diminuição da morbidade operatória dependem da aplicação desses princípios.

Em resumo, a história da cirurgia de retalhos é uma narrativa fascinante, desde as primeiras tentativas até os avanços modernos. A compreensão das classificações e princípios fundamentais é crucial para os cirurgiões que buscam a excelência nessa arte milenar. A evolução continua, e a aplicação desses conhecimentos aprimorados na prática clínica moderna continua a moldar o futuro da cirurgia de retalhos.

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Author: Geoffrey Lueilwitz

Last Updated: 21/12/2023

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